Sim, é verdade!
Felizmente, existe solução para o desperdício de recursos das operadoras de saúde no Brasil e seu nome atende por Atenção Primária à Saúde (APS).
Dados da Agência Nacional de Saúde (ANS) apontam que entre 80% e 85% dos casos de saúde, em média, poderiam ser resolvidos na Atenção Primária à Saúde (APS), sem a necessidade de ir até um serviço de emergência. Sem contar que 85% dos casos que chegam até uma unidade de atendimento não são graves. Isso significa que a APS é uma porta de entrada importantíssima para o sistema de saúde e deveria ser o primeiro contato do paciente.
E os números não param por aí… um estudo recente realizado por uma plataforma de saúde nacional analisou 1,8 milhão de diárias hospitalares. A conclusão final traz um número estarrecedor: desse total de internações, 37,7% poderiam ter sido evitadas. Um percentual assombroso e que demonstra o quanto há de desperdício de recursos no segmento.
Países como França, Portugal, Espanha e Inglaterra encontram na Atenção Primária à Saúde a fórmula para tornar seus sistemas de saúde mais eficientes e economicamente rentáveis.
Nesses tempos em que o distanciamento social ainda se faz necessário, pensar em um atendimento remoto é o cenário perfeito. Afinal, o médico consegue conhecer melhor o indivíduo, suas necessidades, restrições, além dos problemas que podem afetar sua qualidade de vida.
Por tudo isso, investir na telemedicina, transformando-a em um recurso de Atenção Primária à Saúde é fundamental. Trata-se de uma forma de garantir comodidade e tranquilidade ao paciente, ao mesmo tempo em que proporciona economia de recurso a todos os envolvidos no sistema de saúde.
A Atenção Primária à Saúde aliada à telemedicina, ainda pode contribuir, por exemplo, para triagem e monitoramento de pacientes contaminados com o COVID-19. Casos graves podem ser orientados a seguirem para o atendimento presencial, enquanto pacientes com sintomas leves da doença poderiam ser monitorados a distância. Cenário que contribui para diminuir a aglomeração de pessoas nos prontos-atendimentos,e, concomitantemente, evitar a transmissão em massa do Sars-CoV-2.
Tendo em vista que o objetivo da Atenção Primária à Saúde não é simplesmente realizar um primeiro contato, mas sim criar o histórico dos pacientes, a telemedicina se mostra como o instrumento mais adequado, pois facilita o atendimento nos casos de atenção secundária e terciária.
Histórico do paciente. Além disso, a construção do histórico do paciente é extremamente importante para o monitoramento de dados, por meio dele é possível captar, integrar e intervir antes que agravos de saúde aconteçam. Mas, esse é um assunto para um próximo artigo.
No Brasil, tanto a telemedicina quanto a APS ainda estão engatinhando. Existe muita resistência por parte dos profissionais da área da saúde, portanto, a caminhada para a transformação de mentalidade renderá um longo trajeto.
O fato é que a pandemia acelerou a entrada da telemedicina no sistema de saúde brasileiro, e colocou em evidência os desperdícios de recursos neste segmento. Cenário que impulsionou as operadoras de saúde a buscarem soluções no mercado que pudessem ajudá-las a diminuir o impacto sofrido por essa crise sanitária.
A adaptação à mudança é uma questão de sobrevivência. Já dizia o naturalista, geólogo e biólogo britânico, Charles Darwin: “As espécies que sobrevivem não são as espécies mais fortes, nem as mais inteligentes, e sim aquelas que se adaptam melhor às mudanças.”
Goste-se ou não a telemedicina veio para ficar, e ela já mostrou ser uma grande aliada na Atenção Primária à Saúde.